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Paisagens Sonoras da Arte X​á​vega

by Júlia Rigueira, Luís Antero e Mário Oliveira

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Nas redes 19:28
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Mar 02:12
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Tractores 06:58
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Sobre a rede 12:16
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Paisagens Sonoras da Arte Xávega
Praia de Vieira de Leiria

Às 7h00 estava tudo pronto para ir ao mar. Embarcações e pescadores alinhados lado a lado para a primeira investida do dia. Iria começar a Arte Xávega na Praia da Vieira, num domingo de julho. Iria, mas não começou. O nevoeiro não deixou e apenas uma embarcação mais corajosa iria ao mar horas depois, mais perto da hora de almoço. 
A Arte Xávega é uma arte ancestral e na Praia da Vieira tem as suas particularidades. Trabalhadores das fábricas de vidro da Marinha Grande fixaram-se no território e desenvolveram como meio de subsistência, para além do trabalho nas fábricas, a pesca ao fim de semana.

“A arte xávega é uma das principais técnicas tradicionais de pesca marítima em Portugal. Utilizada principalmente na captura de espécies pelágicas, é uma arte envolvente de arrasto pelo fundo, cuja rede é puxada ou recolhida a partir da praia. Por tais motivos, o exercício deste labor só é exequível em zonas costeiras cujos fundos marinhos sejam arenosos e as praias suficientemente extensas de forma a proporcionar as necessárias manobras das embarcações e das redes. As regiões portuguesas onde predominam tais características geomorfológicas, portanto propiciadoras da atividade, são a região do Centro litoral e a região Algarvia”.
Este é o parágrafo inicial do trabalho académico levado a cabo pelos investigadores Olegário Nelson Azevedo Pereira, João Alveirinho Dias e Maria Rosário Bastos, sob a denominação “CONSIDERAÇÕES SOBRE A ARTE XÁVEGA EM PORTUGAL: SUA INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E TEORIAS INERENTES”, disponível em 
www.researchgate.net/publication/282650921_Consideracoes_sobre_a_arte_xavega_em_Portugal_sua_introducao_desenvolvimento_e_teorias_inerentes, cuja leitura atenta se sugere.

A Arte Xávega é uma “forma diferente de ir ao mar” e, por isso, os barcos são em meia lua. Pesados, com remos enormes, cada barco levava cerca de 20 homens ao mar. Para o arrasto, três juntas de bois esperavam as companhas. O peixe era recolhido e vendido. As companhas, no entanto, duravam pouco tempo, uma vez que a pesca não era rentável e só durava de maio a outubro, indo depois os pescadores para o Tejo e para o Sado, para a “borda de água”, para a pesca do Sável e Enguia. 
Tudo isto e muito mais nos é explicado por Carlos Alberto, mais conhecido por ‘Beto Sapateiro’, junto dos seus colegas de companha, na peça intitulada “Sobre a Arte Xávega”.

Já Orlando faustino nos relata, com sabedoria, outros pormenores da Arte Xávega, aqueles ligados aos materiais, nomeadamente às redes, de que ele é especial conhecedor e artesão experiente.
Mas outras curiosidades destes pescadores e desta arte podemos escutar neste trabalho artístico e documento antropológico.

O que se procurou, junto dos pescadores, na praia, foi um retrato sonoro o mais abrangente possível, um documentário do real, um dia na vida destes homens, um dia onde a Arte Xávega fosse a principal razão do esforço coletivo despendido.
Julgamos tê-lo conseguido.
Boa escuta.

Júlia Rigueira, Luís Antero e Mário Oliveira

credits

released April 30, 2020

Ficha Artística: 
Titulo: Paisagens Sonoras da Arte Xávega - Praia de Vieira de Leiria
Autores: Júlia Rigueira, Luís Antero e Mário Oliveira
Gravações: Luís Antero 
Fotografia: Júlia Rigueira e Mário Oliveira | luisantero.tumblr.com/post/616846276004380672/292-edi%C3%A7%C3%A3o-de-paisagens-sonoras-da-arte
Design: Luís Antero
Investigação: Júlia Rigueira, Luís Antero e Mário Oliveira
Agradecimentos: Companha do “Deus Te Salve”, Alberto Lavos ou Melato, Carlos Alberto ou Beto Sapateiro, Carlos Chavinha, Fernando Sequeira ou Bi, Henrique Simãozinho, Ilídio Faustino e Orlando Faustino.

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Luís Antero Portugal

Paisagista sonoro. Desenvolve desde 2008 um trabalho de recolha e documentação do património acústico de várias zonas do território nacional, com base em gravações sonoras de campo...

Sound artist. Since 2008 he develops an ongoing project in collecting the immaterial sound heritage of various areas of Portugal, through field recordings...
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