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No Vento Que Passa (JE, 2016)

by Luís Antero

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about

"No Vento Que Passa é uma oficina/instalação/performance sonora que tem por base gravações sonoras de campo, realizadas em várias artérias do centro histórico da cidade de Viseu. A partir destas gravações, constroem-se várias peças sonoras que convidam a deambular pela cidade em passeios sonoros de áudio-teatro."

Esta peça sonora foi apresentada nos dias 2, 3, 9 e 10 de julho, no âmbito da programação dos Jardins Efémeros 2016.

No Vento Que Passa

A história é longa. Tem tempo. O tempo é coisa que faz parte dela. Estas ruas têm voz. É coisa sonora. É tempo feito som. São lugares sonoros. São identidade. São memória. Fazem parte da cidade. Dão-lhe valor. São braços e pernas da cidade. Fazem parte do seu corpo. Um corpo feito também de som. De múltiplos e variados sons. A voz destas ruas é também a voz das gentes que nelas vivem e trabalham. É a voz do quotidiano que resiste. Do dia a dia que existe. É também a voz da memória. Da memória ligada ao trabalho e ao comércio destas ruas. Ao comércio deste tempo, marcando o tempo único destas ruas. A loja de ferragens defronte para D. Duarte. A funerária que abre as suas portas à Misericórdia. A arte do nobre cobre encostada à imponente Sé. O restaurante que canta o fado libertino. A loja de fotografias que retrata o passar do tempo. Da cidade. Há tanto para contar e tanto que se conta no caminhar por estas ruas. São passos diários que pisam as palavras destas ruas. Palavras que se alicerçam no tempo para fazerem dele a sua casa. O tempo é generoso e da sua generosidade graciosa constrói-se um outro tempo. Um tempo de reflexão. Do saber para onde se vai. Mas é também um tempo aonde sempre se regressa. Porque a cidade é a nossa casa. É também a nossa voz. Somos uma espécie de mesmo corpo habitável. Indissociável do nosso sentir a cidade. Da nossa pertença a este pedaço de terra e de vivências. É o nosso lugar. Um lugar sonoro. A paisagem sonora da cidade envolve-nos na sua multiplicidade. Existem marcos sonoros que fazem com que esta cidade soe como soe. Mas há também 'fatalismos sonoros', aos quais não podemos fugir. Há ruído. Como em qualquer outra cidade. Há ruído. Uma espécie de banda sonora indesejável. No tempo que passa. No tempo que se esvai. A cidade perdura. Ergue-se, cai, constrói-se e reconstrói-se. E com ela as suas ruas, a sua voz, as suas gentes, o seu corpo. No vento que passa. No tempo que se esvai. A história é longa. Da cidade e do tempo. Da cidade no tempo. No vento que passa. No tempo que se esvai. A história é longa. Da cidade e do tempo. Da cidade no tempo.

Luís Antero

credits

released August 10, 2016

Gravações Sonoras de Campo/Field Recordings: Luís Antero
Local/Location: Viseu (Centro Histórico)
Ano/Year: 2016
Vozes/Voices: Isaac Rolo Gonçalves e Luís Antero
Foto de Capa/Cover Photo: José Crúzio
Artwork: Luís Antero
(cc) 2016

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Luís Antero Portugal

Paisagista sonoro. Desenvolve desde 2008 um trabalho de recolha e documentação do património acústico de várias zonas do território nacional, com base em gravações sonoras de campo...

Sound artist. Since 2008 he develops an ongoing project in collecting the immaterial sound heritage of various areas of Portugal, through field recordings...
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